Há 15 dias, Ana Carolina Lima da Costa encontrou-se em um difícil dilema: pagar o aluguel ou comprar comida para sua filha, de 4 anos, e filho, de 6. Com as contas de água e luz já atrasadas, a situação estava difícil. Com a pandemia da covid-19, ela não tinha com quem deixar os filhos e, portanto, viu inviabilizado o trabalho como diarista
.A pandemia foi cruel, também, com o marido dela, que trabalhava como servente de pedreiro e, atualmente, está ganhando a vida na base de "bicos". O dono do imóvel que eles alugavam, segundo Ana Carolina, estava irredutível. Precisava do valor completo para o mês. Entre o alimento e a moradia, eles optaram em entregar a residência e se mudar para a casa da sogra.
A casa é pequena. Fica situada no Conjunto Habitacional Edvaldo Bueno Neto, na rua Waldemar Francisco de Oliveira, nº 52, em Maringá (PR). Na residência já moravam a cunhada, o cunhado e os dois sobrinhos de Ana Carolina. Como não tinham para onde ir, improvisaram uma lona em um galinheiro no fundo da casa e lá se instalaram.
"Foi a nossa única opção. Improvisar a casa no galinheiro, para não ficar no meio da rua com as crianças. Nós entregamos a casa, porque a gente não podia deixar as crianças passando fome. Quando nós chegamos, estava cheio de galinhas. No dia em que chegamos, meu marido já arrumou tudo e colocou as galinhas no quintal", explicou.Ana Carolina relata que uma assistente social até foi visitá-los, mas não ajudou muito. Ela queria saber se a família já tinha cadastro ativo no Cras (Centro de Referência de Assistência Social) e orientou a família a contatar o Centro e fazer os procedimentos e garantir algum tipo de auxílio ou benefício."A gente tenta ligar para o Cras e parece que eles tiram o telefone do gancho. Você não consegue atendimento nunca. Eles deixam chamar e ninguém atende", destacou a diarista.
Material de construção
A família, agora, até recebe algumas doações de alientos. O
que querem, entretanto, é juntar alguns materiais de contrução para poder
construir um espaço mais confortável no fundo da casa sogra. A falta de
dinheiro impossibilita a família de sequer cogitar uma mudaça para outro espaço
e pagar aluguel."Minha sogra disse que podemos construir aqui no fundo.
Estamos aceitando doações de materiais de contrução de quem puder ajudar.
Porque está difícil a situação. Sempre que chove, a gente se molha inteiro e
também molha todas as nossas coisas", explicou.
Assistência social
A Prefeitura de Maringá informou, por meio de sua assessoria
de imprensa, que a família tem cadastro ativo no Cras desde 2019 e que recebe
com frequêncua benefícios sociais. A SAS (Secretaria de Assistência Social)
encaminhou os dados para a habitação para que a família entre na fila de
análise e concessão de aluguel social.A SAS informa ainda que "a família é
beneficiária do Programa Bolsa Família, cartão alimentação e cartão
emergencial. Na cesta básica a família recebe arroz, feijão, macarrão,
sardinha, salsichão, milho, ervilha, extrato de tomate, fubá, trigo, açúcar e
leite em pó.E outros produtos do Kit Limpeza para higiene pessoal e manutenção
da moradia", disse a nota assinada pela Siacom (Secretaria de Inovação,
Aceleração Econômica, Turismo e Comunicação).
Hojemais Maringá
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